A região sul de Minas Gerais compreende várias porções da Serra Mantiqueira, muitas delas com forte potencial turístico e importância ambiental local e regional. O projeto Biodiversidade Noturna teve como objetivo incentivar a prática de trilhas ecológicas durante a noite, preferencialmente orientadas por guias, para recreação e contemplação de aves, insetos e fungos bioluminescentes. De forma indireta, trabalhou na sensibilização da comunidade para a preservação dos ambientes naturais, chamando a atenção para uma forma de degradação pouco conhecida: a poluição luminosa, que interfere de forma negativa na biologia dos organismos noturnos, a exemplo de insetos e aves. A iniciativa envolveu discentes voluntários de extensão que, ao longo das atividades, realizaram excursões exploratórias na Reserva Ecológica Mata da Prefeitura, no município de Cristina (MG), com a finalidade de analisar as condições da trilha, dos ambientes e as possibilidades de percurso ecológico no período noturno. A área abrange 181 hectares de mata nativa primária, do bioma Mata Atlântica. O acesso ao local e coletas de insetos foram feitos mediante as autorizações da prefeitura local e do ICMBIO (SISBIO). Ao longo do projeto, os membros realizaram duas oficinas na Unifei abertas ao público: Diversidade de Vagalumes, promovida em 15/09/2023, e Diversidade de Aves Noturnas, promovida em em 29/09/2023, com o objetivo de compartilhar o conhecimento sobre zoologia, para que todos pudessem reconhecer os organismos que seriam estudados ao longo das expedições noturnas. As atividades do projeto e os resultados parciais também foram divulgados em ações educativas para os estudantes do ensino fundamental e médio das escolas do município de Itajubá, durante as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na UNIFEI, e no Teatro Municipal da cidade. Foram realizadas 3 excursões na Mata da Prefeitura: em 23 de setembro, 21 de outubro e 11 de novembro. Nessas expedições foram coletadas cerca de 14 espécies de besouros bioluminescentes (os vagalumes, pirilampos e trenzinhos) pertencentes às famílias Elateridae, Lampyridae e Phengodidae e uma espécie de fungo luminescente e reconhecidas por meio do canto, pelo menos, 5 espécies de aves noturnas. O material coletado foi fotografado e identificado com ajuda de especialistas. Os dados levantados foram apresentados em um folder didático com informações sobre a reserva e espécies encontradas ao longo da trilha, que servirá como material de apoio e divulgação para guias turísticos da região.