A cadeia montanhosa do Pico dos Marins faz parte da Serra da Mantiqueira, bioma da Mata Atlântica, e está localizada entre os municípios de Cruzeiro e Piquete, no Estado de São Paulo, e Marmelópolis, no Estado de Minas Gerais, com altitude chegando a 2.420,7m. O local tem sido considerado de grande importância ao ecoturismo, especificamente, pela beleza de suas trilhas e ambiente montanhoso. No entanto, em função da frequência descontrolada de visitantes, tem aumentado a fragilidade do ambiente, principalmente pelas ações agressivas dirigidas às plantas, animais e ao solo. Muitas das plantas de ocorrência endêmica, ou seja, somente neste ambiente, desempenham importante papel na proteção física da pequena camada superficial de solo contra processos erosivos, na manutenção de organismos do solo responsáveis pelo seu funcionamento e na sobrevivência de aves. Assim, deve haver uma forte relação entre plantas-microrganismos-aves, aqui denominada de simbiose ou associação, fundamental para a cadeia ecológica da região, e pouco ou insuficientemente estudada pela comunidade acadêmica. Considerando essa simbiose em nível micro e macroscópico, o projeto abordou aspectos de ensino com a aplicação do propósito e conhecimentos gerados em várias disciplinas da graduação, de pesquisa com a geração de mapas temáticos, diagnóstico local e trabalho de conclusão de curso, e de extensão com a geração de guias ambientais digitais e proposta de curso on-line para profissionais e simpatizantes ligados ao turismo e meio ambiente, interessados no tema de preservação ambiental da referida região. Foram feitas buscas e pesquisas de material bibliográfico digital para entendimento do processo de formação de simbioses em regiões montanhosas, bem como realizada caracterização física, mapeamento, localização e qualidade de nascentes, estudos de formação de simbiose entre fungos e plantas, previsões climáticas e estudo de estrelas e constelações. As três missões realizadas pelo grupo durante o ano de 2022 ao Pico dos Marins corroboraram: a) conferência de mapas temáticos em condições de campo, com localização da trilha de estudo, nascentes e pontos de estudo das simbioses entre plantas e fungos; b) amostragem de água de nascentes para estudo da qualidade microbiológica, visando garantir o acesso de trilheiros à água analisada quanto à sua potabilidade; c) amostragem de solo e plantas de ambientes rochosos, para análises laboratoriais importantes e confirmação (ou não) de ocorrência de simbioses na região de estudo; d) identificação e estudo, in situ, de corpos celestes; geração de imagens e vídeos para construção de material digital, a ser divulgado, na fase final, entre profissionais/professores/interessados no tema deste projeto.